Comentamos "Amor", de Clarice Lispector

10 fev 2017 | Blog, Literatura, Unicamp | 1 Comentário

Olá, vestibulando
Continuando nossa série de resenhas, a fim de estimular as leituras de férias que visam ao vestibular, hoje vamos falar um pouquinho sobre um conto bastante interessante que figura na lista da UNICAMP, chamado “Amor”, de Clarice Lispector. Esta importante autora da nossa literatura aparece constantemente em listas de vestibular; portanto, vale estudar um pouco mais sua obra e estilo, vestibulando. Sejam contos ou romances, você provavelmente vai passar por um texto de Clarice Lispector durante sua formação.
 
Hand With Pen_000000_50A ucraniana naturalizada brasileira é uma autora do Modernismo, situada didaticamente na geração de 1945. Lembre-se de que foi nessa época que a liberdade de escrita se consolidou, mostrando as características particulares de cada autor em questão. No caso das obras claricianas, uma constante é o chamado “fluxo de consciência”, recurso já observado em autores consagrados como Dostoievski, Virginia Woolf e James Joyce e que, por meio de Clarice Lispector, ganham força no Brasil. Trata-se de um artifício que busca transcrever o processo complexo do pensamento humano, em suas idas e vindas no tempo e na memória, entremeando raciocínio lógico e impressões momentâneas da realidade. Isso faz com que o texto fique “parado no tempo”, como se uma cena fosse sendo construída no interior de cada personagem, trazendo para a narrativa um movimento mais interno do que externo, deixando-a mais densa e complexa.
 
InnovationEm “Amor”, conto que faz parte do livro Laços de Família, esse fluxo de consciência é uma constante. Na verdade, o enredo em si é bastante simples, são as reflexões de nossa personagem principal que trazem ao leitor a oportunidade de fazer, ele mesmo, as suas próprias reflexões a respeito da vida humana. Temos, aqui, uma família de classe média: mulher (dona de casa), marido e dois filhos morando em um apartamento simples, vivendo uma vida simples e rotineira. Certa vez, Ana, nossa mãe de família, pega o bonde para ir comparar ovos para fazer o jantar e, no trajeto de volta para casa tem um profundo momento de epifania. Esta, caro vestibulando, é outra palavra central ao se analisar uma obra clariciana: “epifania”, que significa “revelação”. Ana tem uma revelação ao observar, dentro do bonde, um cego que mascava chicletes e sorria. A partir disso, ela começa a refletir sobre a própria vida, sobre a importância de cada fato, sobre o valor de sua família, sobre suas escolhas e sobre como o mundo é muito maior do que ela imaginava de dentro de seu apartamento. Os olhos de Ana abrem-se para questões mais profundas e existenciais, uma tendência existencialista de meados do século XX, quando a obra foi publicada. Nela, a experiência cotidiana, situações banais e corriqueiras mostram poder fazer aflorar no ser humano situações e reflexões perturbadoras, que mudam para sempre a compreensão e a vivência de cada personagem.
 
E então, vestibulando. O que você está esperando para ler este conto? Esta é uma leitura rápida, de poucas páginas, que fará com que você reflita um pouco mais a respeito do que realmente tem importância em nosso cotidiano.
 
Boa leitura e até a próxima!
Profª Aline
 

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1 Comentário

  1. Leticia Oliveira

    Vou ler também.

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