Comentamos o livro Terra Sonâmbula, de Mia Couto

2 jan 2017 | Blog, Literatura | 1 Comentário

Olá, vestibulando
Como está a rotina de estudo para os vestibulares? Sabemos que nesta etapa do ano o cansaço é grande e os vestibulares são muitos. Portanto, mesmo em férias escolares, após alguns dias de descanso, vale a pena reforçar alguns conteúdos pendentes. Nossa sugestão para este período é colocar as leituras em dia, afinal é na segunda fase dos vestibulares que as obras literárias costumam ser cobradas com mais detalhes e, além disso, muitas vezes de forma interdisciplinar. Hoje, vamos começar uma série de comentários a respeito de títulos exigidos em listas de vestibular, e o primeiro deles é o belíssimo Terra Sonâmbula, de Mia Couto, que consta na lista da Unicamp 2018.
 
Open Book_000000_50Esta é uma obra de 1992, escrita pelo autor moçambicano, e foi considerada uma dos doze melhores narrativas africanas do século XX. Seu enredo tem como pano de fundo a Guerra Civil de Moçambique, situação que marca fortemente todos os personagens do romance. Por se tratar de um ambiente castigado pela guerra, a terra sonâmbula não dorme, não pode descansar, precisa ficar vigilante, a fim de se buscar consolo e sobrevivência. Esta busca, por sua vez, encontra no sonho, na fantasia, nas crenças populares e nos laços de amizade que se formam ao longo da narrativa a força necessária para que os personagens dessa história (man)tenham a esperança de que dias melhores virão.
 
Earthquakes_000000_50O livro é construído em torno de duas histórias principais, as quais, ao final, mostram-se ser ramificações de uma mesma trama. De um lado, temos Muidinga e Tuahir, um menino (o miúdo) e um senhor que se encontram em um campo de refugiados e, juntos, tentam sobreviver aos horrores da guerra. Ao se esconderem em um ônibus carbonizado, descobrem uma maleta ao lado de um cadáver, dentro da qual havia vários diários de um homem chamado Kindzu. Muidinga, então, começa a ler esses diários em busca de conforto e, sem perceber, passa a descobrir detalhes de sua própria vida. Dessa maneira inusitada é que as histórias desses personagens se cruzam, assim como tocam muitas outras histórias narradas pelos dois protagonistas e, também, descritas nos diários de Kindzu. Página a página, o leitor vai descobrindo novas informações sobre estas três vidas que, de alguma maneira, estão fadadas a se encontrar.
 
InnovationPartindo dessa perspectiva, o leitor vai pouco a pouco tomando contato com o passado desses personagens, bem como com a cultura moçambicana, com os horrores da guerra e ainda com a força do ser humano que, mesmo em meio a tragédias, ainda sonha e luta por mudanças. Essas relações, essa simbologia e mesmo a relação intertextual com a colonização africana são tópicos importantes que podem aparecer na prova do vestibular, portanto vale ficar atento durante a leitura. Outra questão interessante é a concernente à linguagem, uma vez que o texto é repleto de termos regionais que trazem para a narrativa um pouco mais da cultura popular africana.
 
E então, que tal começar bem seu fim de ano com esta leitura?
 
Bom trabalho e até a próxima.
Profª Aline
 

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1 Comentário

  1. Allan Cruz Mesquita

    Gostei tanto, que publiquei.

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