Olá, vestibulando
Em nossa discussão da semana, vamos falar um pouco sobre a proposta de redação do vestibular da FUVEST 2016, que abordou o tema “As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?”.
Primeiramente, é importante perceber a natureza mais filosófica dos temas da FUVEST, instituição que valoriza bastante a maneira como cada aluno pensa e entende o mundo, as relações humanas e a vida em sociedade. Porém, apesar de o tema ser dessa natureza, é oportuno relacioná-lo com questões sociais, econômicas ou cotidianas, diferentemente do que se acredita. A reflexão que este tipo de proposta permite traz uma gama de discussões pertinentes, o que possibilita ao candidato uma redação realmente autoral. Vamos entender melhor, então, o tema e essas possíveis relações que você, vestibulando, pode realizar.
Falar de utopia sugere, inicialmente, duas visões distintas, mostradas já no primeiro texto da coletânea: ou entendemos “utopia” como o sonho de um mundo ideal que motiva o ser humano a agir em busca da realização desse desejo, ou a enxergamos como uma fantasia irrealizável.
Seguindo a primeira linha de pensamento, poderíamos definir utopia como indispensável, assim como nos mostra o poema de Carlos Drummond de Andrade, texto V da coletânea. Como afirmava Karl Mannheim, sociólogo judeu, autor do texto III da coletânea, sem ela o homem perderia a vontade de construir e de compreender a história.
Ao contrário, quando adotamos a segunda postura diante do tema, temos argumentos para defender que a utopia seja inútil ou até mesmo nociva, em acordo com os filósofos franceses Paul Ricoeur, e André Comte-Sponville, cujos ditos foram reproduzidos nos textos II e IV respectivamente.
É possível, ainda, seguirmos um terceiro ponto de vista, relacionado ao conceito de “ideal”, acompanhando as ideias do professor francês Frédéric Rouvillois, de acordo com o texto VI da coletânea. Já falamos sobre utopia como o sonho de um mundo ideal, certo? Mas como atingir essa perfeição? Apenas com atitudes nobres em busca do bem comum? Lembre-se, vestibulando, que os nazistas, comandados por Hitler, cometeram verdadeiras atrocidades em busca daquilo que consideravam ser uma sociedade ideal. A utopia, portanto, pode confundir a visão de perfeição dependendo das crenças e da formação (pessoal ou discursiva) daquele que sonha. Este também poderia ser um ponto abordado na redação.
Lembre-se sempre de que a correção do vestibular da FUVEST valoriza o ponto de vista autoral, que dialoga com os conhecimentos de mundo de cada aluno. Assim, vale a pena ler a coletânea com calma e perceber como os textos trazem diferentes visões a respeito da utopia, positivas e negativas. Há filósofos, sociólogo, poeta e professor na lista de nomes que aparecem nessa coletânea. Alguns defendem a necessidade da utopia, outros a mostram como prejudicial. Mas e você, vestibulando, o que pensa a respeito? Interrogue o tema, leia atentamente as divergentes opiniões e, finalmente, perceba qual ponto de vista se aproxima do seu próprio.
A partir disso, é preciso assumir uma postura diante do tema e defender o caráter indispensável, inútil ou nocivo da utopia. Dependendo da escolha que você fizer, diferentes argumentos deverão ser construídos, e muitos exemplos podem ser utilizados. Citar a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, seria claramente pertinente e traria para a discussão o caráter social do tema mencionado no início desse texto. Note, vestibulando, como a roupagem filosófica dessa temática pode nos levar a exemplos cada vez mais concretos!
Agora é sua vez! Como você trabalharia esse tema?
Mãos à obra e até a próxima!
Profª Aline
Analisamos a proposta da FUVEST 2016!
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